Quando o grupo norte-americano Metallica, em sua ensandecida luta contra o Napster, no início do milênio, chegou a impedir fãs de terem acesso a Internet, certamente achou que estava lutando contra uma minoria de piratas virtuais conspirando para lhes tirar parte do enorme quinhão de dólares que forra suas contas bancárias. Nos EUA, onde ocorreu o impedimento judicial, um fã tem muito mais possibilidades de assistir a um dos caríssimos shows da banda, e certamente, quem passou um ano proibido de acessar a web, fez questão de não dar nem mais um dólar ao grupo de Lars Ulrich. Pior fez quem, mesmo não sendo impedido de ter acesso ao mundo virtual, se sentiu muito indignado com o fato e se solidarizou com os outros fãs. Eu mesmo só não deixei de ser fã do Metallica por um simples motivo: nunca gostei muito mesmo da banda.
Já o U2, banda tão envolvida em causas sociais, tão "do bem" que esquece até de fazer música para praticar boas ações, sempre deu declarações a favor da troca de arquivos pela Internet, o que já lhes rendeu um "cala-boca" quando nada menos que sete faixas de um de seus discos vazaram Internet afora. Recentemente, o U2 até se viu metido em um "quiproquó" com usuários do I-tunes, indignados por serem obrigados a baixar - de graça - o mais novo álbum da banda.
Mas este U2, caridoso e compreensivo, em 1992 faliu uma banda. É isto mesmo. E não faliu o Bon Jovi ou o Duran Duran. A "vítima" foi um grupo underground norte-americano pouco conhecido até mesmo dentro do seu país. Vamos à história:
Em 20 de agosto de 1991, a banda Negativland lançou, pela pequena gravadora SST, um single com a canção "U2". A tal canção era uma colagem de partes da música "I Still Haven't Found What I'm Looking For" com uma fita de um radialista da terra do Tio Sam, sobre uma base musical criada pelo próprio grupo. Na capa do single, o nome U2 aparece em letras garrafais, ao contrário do nome da banda. Para desfazer qualquer possibilidade de que o lançamento do single pudesse parecer esperteza - embora fosse, é claro - , uma etiqueta colada ao plástico da embalagem trazia a observação que não se tratava de um disco do U2. Foram distribuídas 3.000 cópias do single. A menor vendagem de um disco do U2, até então, era de pouco mais de 2 milhões de cópias do primeiro disco.
Em 5 de outubro do mesmo ano, a SST recebeu uma notificação judicial. Sem muita saída, imprensada pelas poderosas Island Records (de propriedade do U2) e Warner Chappel, a editora do super-grupo, a pequena gravadora aceitou todas as exigências: Todas as cópias enviadas a críticos, lojas de discos e estações de rádio teriam que ser devolvidas à Island sob pena de multa e prisão. Tanto para a gravadora quanto para os que receberam os discos. Os singles em estoque na SST também teriam que ser enviados à gravadora para destruição imediata. Todo o material utilizado para confecção do disco, como fitas master, acetatos, etc, também deveria ser enviado imediatamente à gravadora, assim como todo material promocional. Os direitos autorais da música foram transferidos imediatamente para o U2.
A gravadora SST e o Negativland foram obrigados a pagar uma multa de 25 mil dólares e cerca de 100 dólares por cada um dos 700 discos vendidos e não retornados. Isto faz de U2, do Negativland o single mais caro da história da música. Como esta última quantia (U$70.000) foi tudo que o grupo Negativland arrecadou em 14 anos de existência, foi decretada a sua falência. Qualquer dúvida sobre a veracidade destas informações pode ser tirada aqui.
Mas este U2, caridoso e compreensivo, em 1992 faliu uma banda. É isto mesmo. E não faliu o Bon Jovi ou o Duran Duran. A "vítima" foi um grupo underground norte-americano pouco conhecido até mesmo dentro do seu país. Vamos à história:
Em 20 de agosto de 1991, a banda Negativland lançou, pela pequena gravadora SST, um single com a canção "U2". A tal canção era uma colagem de partes da música "I Still Haven't Found What I'm Looking For" com uma fita de um radialista da terra do Tio Sam, sobre uma base musical criada pelo próprio grupo. Na capa do single, o nome U2 aparece em letras garrafais, ao contrário do nome da banda. Para desfazer qualquer possibilidade de que o lançamento do single pudesse parecer esperteza - embora fosse, é claro - , uma etiqueta colada ao plástico da embalagem trazia a observação que não se tratava de um disco do U2. Foram distribuídas 3.000 cópias do single. A menor vendagem de um disco do U2, até então, era de pouco mais de 2 milhões de cópias do primeiro disco.
Em 5 de outubro do mesmo ano, a SST recebeu uma notificação judicial. Sem muita saída, imprensada pelas poderosas Island Records (de propriedade do U2) e Warner Chappel, a editora do super-grupo, a pequena gravadora aceitou todas as exigências: Todas as cópias enviadas a críticos, lojas de discos e estações de rádio teriam que ser devolvidas à Island sob pena de multa e prisão. Tanto para a gravadora quanto para os que receberam os discos. Os singles em estoque na SST também teriam que ser enviados à gravadora para destruição imediata. Todo o material utilizado para confecção do disco, como fitas master, acetatos, etc, também deveria ser enviado imediatamente à gravadora, assim como todo material promocional. Os direitos autorais da música foram transferidos imediatamente para o U2.
A gravadora SST e o Negativland foram obrigados a pagar uma multa de 25 mil dólares e cerca de 100 dólares por cada um dos 700 discos vendidos e não retornados. Isto faz de U2, do Negativland o single mais caro da história da música. Como esta última quantia (U$70.000) foi tudo que o grupo Negativland arrecadou em 14 anos de existência, foi decretada a sua falência. Qualquer dúvida sobre a veracidade destas informações pode ser tirada aqui.
Moral da história: Ela é imoral demais para ter alguma moral. Mas, por via das dúvidas, deixem a obra do U2 em paz. Ou façam como o Lighthouse Family, que usou partes de uma das canções do grupo, One, em uma de suas músicas. Mas pagou milhões por isso. E olha que eles ainda não encontraram o que estavam procurando...
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